A Associação Comercial e Industrial de São Carlos (ACISC) divulgou nesta quinta-feira (9) o novo Informativo Econômico, elaborado pelo Núcleo Econômico da entidade, com análise sobre o comportamento da atividade econômica brasileira, os índices de endividamento das famílias e o nível de confiança dos empresários do comércio para o último quadrimestre de 2025.
De acordo com os dados do Banco Central do Brasil, o índice de atividade econômica registrou até julho um crescimento acumulado de 3,5% nos últimos 12 meses, refletindo o avanço da produção de bens e serviços nos setores da agropecuária, indústria, comércio, serviços e construção civil. Já a projeção do mercado, divulgada no Boletim Focus da primeira semana de outubro, indica uma expansão de 2,16% do PIB em 2025, um resultado considerado modesto diante dos desafios do desenvolvimento econômico nacional.
Para a presidente da ACISC, Ivone Zanquim, os dados apontam para um cenário que exige atenção redobrada do empresariado. “Apesar de um crescimento positivo, o ritmo ainda é insuficiente para garantir uma expansão significativa da renda e do consumo. O aumento do endividamento das famílias e o alto custo do crédito acabam impactando diretamente as vendas e a confiança do setor produtivo. É um momento que pede cautela, mas também planejamento e inovação”, destacou.
Segundo o levantamento, o endividamento das famílias brasileiras atingiu 79,2% em setembro de 2025, o maior índice desde outubro de 2022. A combinação de inflação em 4,8% e taxa Selic a 15% mantém elevado o custo do crédito, limitando o poder de compra e a capacidade de investimento.
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), medido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), também registrou queda de 5% em setembro, atingindo 97,2 pontos — o menor nível desde maio de 2021. A retração reflete as incertezas do cenário econômico e a redução nas expectativas de expansão de curto prazo.
Para o economista do Núcleo Econômico da ACISC, Elton Casagrande, a desaceleração da confiança empresarial está diretamente ligada à estagnação das políticas de estímulo ao setor. “Quando o Simples Nacional não é atualizado desde 2018 e o teto de arrecadação das pequenas empresas permanece congelado, ocorre uma perda real de competitividade. A atualização desses valores é essencial para devolver dinamismo à economia e estimular o investimento produtivo”, explicou.
Casagrande também destacou a importância da agenda de crédito acessível e da desburocratização tributária para reaquecer o mercado. “Os juros altos e a inflação corroem a renda e o poder de consumo. Se o PIB cresce apenas 2,16% enquanto a população cresce 1,26%, o ganho per capita é mínimo. É preciso um esforço conjunto entre setor público e privado para recuperar a confiança e sustentar o crescimento”, completou.
Ivone Zanquim reforçou que a ACISC continuará acompanhando os indicadores econômicos e apoiando os empreendedores com informação e capacitação. “Nosso papel é oferecer ferramentas que ajudem o empresário a entender o cenário e a tomar decisões estratégicas. O comércio é um dos pilares da economia local e precisamos mantê-lo fortalecido para garantir emprego, renda e desenvolvimento em São Carlos”, concluiu.
Assessoria de Comunicação – ACISC São Carlos