COMÉRCIO EXTERIOR – uma avaliação da Balança Comercial

O comércio exterior brasileiro melhorou em termos de saldo comercial no período de janeiro a abril de 2022, quando comparado ao mesmo quadrimestre do ano passado. Em porcentual, a melhoria do saldo comercial entre os dois quadrimestres foi de 11,8%. Os valores acumulados estão registrados na Tabela 1.

TABELA 1 – Valor em Dólar de Exportação, Importação e Saldo Comercial - Brasil

Fonte: Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais.

No início de 2022 as expectativas com relação ao crescimento do comércio mundial eram muito melhores do que as atuais, dada a invasão e Guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Além de uma queda de 0,8% no sistema internacional de trocas, previsto inicialmente pelo FMI para se expandir em 4,4%, há outros aspectos a considerar.

Os aspectos que caracterizam um choque negativo de oferta se relacionam com o aumento do custo de transporte internacional, interrupção de insumos entre cadeias produtivas internacionais e aumento de custos de produção. Há ainda os efeitos surtos recentes do coronavírus na China.

Tais efeitos atingem a economia brasileira, em particular, na formação de preços de seus produtos e serviços. Os impactos desses aumentos de custos já foram observados nos preços aos produtores e aos consumidores.

Se o desempenho da Balança Comercial é positivo, pois significa a manutenção/expansão da produção para exportação, os ganhos empresariais são afetados porque através da taxa de câmbio há um barateamento dos produtos brasileiros.

É importante considerar que o aumento dos preços internos acaba por afetar negativamente os custos da produção brasileira. Dessa forma, as margens de lucro das exportações podem se tornar menores com o passar do tempo. 

Com base nos relatos da Secretaria Especial de Comércio, há um conjunto elementos importantes a serem observados relativos às exportações de janeiro a abril 2022. Esses elementos foram:

• Total:
• crescimento de 24,1%, atingindo US$ 101,44 bilhões
• Setores:
• Agropecuária: crescimento de 38,3%, totalizando US$ 24,56 bilhões
• Indústria Extrativa: diminuição de -2,7%, totalizando US$ 22,61 bilhões
• Indústria de Transformação: crescimento de 33,4%, totalizando US$ 53,80 bilhões
• Parceiros:
• Argentina: cresceu 26,7%, totalizando US$ 4,44 bilhões
• EUA: aumentou 33,0%, totalizando US$ 10,50 bilhões
• China, Hong Kong e Macau: cresceu 5,7%, totalizando US$ 29,60 bilhões
• União Europeia: aumentou 37,4%, totalizando US$ 14,91 bilhões

Quanto às importações, os principais aspectos para o quadrimestre estão abaixo:

• Total:
• crescimento de 27,6%, atingindo US$ 81,25 bilhões
• Setores:
• Agropecuária: crescimento de 8,2%, totalizando US$ 1,75 bilhões
• Indústria Extrativa: aumento de 136,7%, totalizando US$ 7,57 bilhões
• Indústria de Transformação: crescimento de 23,7%, totalizando US$ 71,17 bilhões
• Parceiros:
• Argentina: cresceu 4,0%, totalizando US$ 3,59 bilhões
• EUA: aumentou 47,3%, totalizando US$ 15,79 bilhões
• China, Hong Kong e Macau: cresceu 34,1%, totalizando US$ 18,95 bilhões
• União Europeia: aumentou 11,6%, totalizando US$ 13,20 bilhões.

Os produtos exportados que registraram crescimento foram: Trigo e centeio, não moídos (482,2%), Café não torrado (59%) e Soja (37,5%) na Agropecuária; Outros minerais em bruto (46,1%), Minérios de níquel e seus concentrados (60%) e Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (36,7%) na Indústria Extrativa ; Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (66,2%), Farelos de soja e outros alimentos para animais (excluídos cereais não moídos), farinhas de carnes e outros animais (44,5%) e Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (125,2%) na Indústria de Transformação.

Nas importações a lista de produtos com crescimento foi influenciado pela ampliação das compras dos seguintes produtos: Trigo e centeio, não moídos ( 36,3%), Milho não moído, exceto milho doce (215,1%) e Soja (170,2%) na Agropecuária; Carvão, mesmo em pó, mas não aglomerado (106,1%), Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus ( 51,8%) e Gás natural, liquefeito ou não ( 67,9%) na Indústria Extrativa ; Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) (114,3%), Compostos organo-inorgânicos, compostos heterocíclicos, ácidos nucléicos e seus sais, e sulfonamidas (78,6%) e Adubos ou fertilizantes químicos (exceto fertilizantes brutos) (318,7%) na Indústria de Transformação.

SÃO CARLOS

A cidade de São Carlos realizou um total de importações maior do que as exportações no primeiro quadrimestre do ano. O total das exportações São-Carlenses atingiu US$128,91 milhões de dólares e as importações, por sua vez, alcançaram o valor de US$158,39 milhões. O resultado comercial no quadrimestre foi de -US$29,47 milhões.

Lápis, carvões e gizes para escrever representaram 27% das exportações; bombas de ar à vácuo, compressores, ventiladores e exaustores 21%; ferramentas pneumáticas e hidráulicas para extração e reciclagem representara, por sua vez, 11% e motores 9,5%. Em quinto lugar tem-se máquinas para lavar roupa com 3,2%.

Entre os produtos mais importados estão: veios de transmissão (árvores), manivelas, mancais, aparelhos de reprodução (imagem e som), com 12% do total importado; máquinas e aparelhos mecânicos participaram com 11% das importações. Partes e componentes de motores representaram 9,8% das importações e máquinas de lavar roupas e dispositivos, alcançaram 4,5%.

Em termos de exportações, a cidade de São Carlos ocupa a posição de 162 no ranking do Brasil e 113 nas importações brasileiras. O setor externo continua relevante para a economia da cidade e se constituí numa fonte de inovação para o complexo econômico local.